AGTKF no 31 Campeonato Brasileiro de Kung Fu Wushu.
Foi realizado no Ginásio da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil) em Brasília-DF, o 31 Campeonato Brasileiro de Kung Fu Wushu, primeira competição nacional pós pandemia teve uma alta adesão com atletas de todos os estados do país. Categorias disputadas com um bom número de atletas marcou a competição.
A Equipe da Assoc. Garra de Tigre/SEMEL/Ecovita participou com atletas de seus núcleos em três estados, São Paulo, Santa Catarina, Piauí mais o Distrito Federal. Destes, apenas os dois atletas de Bauru subiram no pódio.
Evellyn Silva, na categoria Sanda até 60kg conquistou o Bicampeonato em seu último ano de juvenil e agora deve dar uma pausa para tratamento de uma lesão no joelho, antes de retornar as competições. Mesmo sendo seu último ano como juvenil, Evellyn deve ser convocada para os treinos da Seleção Brasileira, onde será testada com as lutadoras da categoria adulta. Richard Leutz em sua volta a competições nacionais obteve medalhas nas duas categorias que disputou, prata em mãos livre (Hung Gar) e bronze na categoria Dao (Facão Chinês). O atleta também deve reintegrar a Seleção Nacional de Taolu Tradicional em 2022, que terá como objetivo formar uma equipe para os próximos eventos internacionais.
A Equipe da AGTKF tem o apoio da Secretaria de Esportes e Lazer (SEMEL), Fundo Municipal de Desenvolvimento Esportivo e da Ecovita Construtora e Incorporadora.
Assoc. Garra de Tigre de Kung Fu
Dança do Leão 舞獅
A Dança do Leão, bem como a dança do dragão são divertimentos populares que se realizam em todas as festividades, principalmente no ano novo chinês, que é comemorado com a chegada da lua cheia, depois do dia 21 de janeiro.
Sua história remonta da dinastia Tang, quando nos palácios pessoas se reuniam para divertir o rei. As mulheres executavam danças com leques e fitas compridas e os homens se fantasiavam de animais, tais como a tartaruga, o macaco, o dragão, o leão, entre outros.
Nessa época utilizava-se o Leão de Pequim, que era inteiramente fechado, dançado por dois homens que não eram vistos pelos que assistiam. O Leão era curto, peludo, parecido com um cachorro pequinês, que durante a apresentação brincava e pulava numa grande bola.
Já no Sul da China, em Cantão, o Leão era diferente; mais comprido, o pano que separava o rabo da cabeça era mais largo e os pés do praticante ficavam a vista.
A intenção já não era só de divertimento, mas um exercício físico de resultados benéficos para saúde. Na execução da dança, como os pés estavam para fora, os praticantes podiam treinar pulos, tanto em altura quanto em distância; além de treinarem os braços, pois a cabeça do leão é bastante pesada.
A partir do momento que a conotação da Dança do Leão se modificou, ela que era vista somente nos palácios, passou a ser parte integrante das festas ocorridas nas academias e nas ruas.
Os Leões do Sul da China:
A cabeça do Leão Sulista e o corpo acompanhante possuem várias cores de acordo com a referência a qual ele representa. Estes tipos de temas dão ao Leão seu nome, que é baseado em três Generais ou heróis conhecidos como os “Três irmãos jurados do Jardim de Pêssego” da história chinesa, que foram imortalizados através do romance chinês dos três reinos.
Os seus nomes, e conseqüentemente o nome do Leão (baseado no esquema de cores), é Lau Bei (face amarela, barba branca), Kuan Kun (face vermelha e barba preta) e Zhang Fei (Face preta ou verde e barba preta). Estes Generais eram os irmãos e também são conhecidos como primeiro, segundo e terceiro filhos: Lau Bei que é o “grande ou primeiro irmão de Kuan Kun”; Kuan Kun que é o “segundo irmão” de Zhang Fei. Cada filho teve sua própria personalidade e disposição, e assim também os Leões tem suas cores distintas e modos pessoais. Lau Bei é um Leão mais auspicioso e sábio: é um Leão muito utilizado pelas escolas de kung fu. Lau Bei é freqüentemente utilizado em festas onde sorte e prosperidade querem ser asseguradas.
Kuan Kun é o Leão valente e leal, e é, recentemente o mais usado em escolas de kung fu; enquanto Zhang Fei é conhecido como o Leão lutador por causa de sua natureza apressada e agitada, utilizado por novas escolas que desejam se estabelecer na comunidade.
Outras características incorporadas no Leão sulista são o chifre da fênix, as orelhas e rabo do unicórnio, a barba de um dragão e um espelho em sua testa para repelir o mal ou demônios.
Instrumentos da Dança do Leão:
Os instrumentos de Dança do Leão consistem em um Tambor Grande, Gongo e um Par ou pares de Címbalos. O Tambor é o líder e normalmente é o Professor ou Mestre que o comanda.
Há certo padrão que dita tempos e técnicas que devem ser adotadas para cada seção de exibição da Dança. Contudo, cada escola tem seu próprio som e desempenho que permite expressão individual e criação. Os instrumentos tocam três, cinco, sete ou nove batidas de estrela (números celestiais afortunados) e são utilizados para várias emoções e movimentos do Leão.
É comum durante a dança, comer uma alface ou outra verdura verde qualquer, isto porque o ideograma “san tchoi” que representa “verdura viva”, também tem o significado de “dinheiro que cresce”. Esta analogia fazia com que os comerciantes fizessem questão que o leão entrasse em seus estabelecimentos, na certeza que isto traria excelentes negócios e grandes lucros. Era de costume os comerciantes colocarem dinheiro bem alto ou em lugares de difícil acesso e de forma disfarçada para os leões pegarem o que exigia bastante experiência do treinador para conseguir pegá-lo. Outro significado especial para a alface foi durante a Dinastia Ching e na Manchúria, quando eram escondidas mensagens na alface sobre reuniões, atividades revolucionárias e dinheiro para apoiar a causa. A atitude de rasgar e expelir a alface simbolizava a destruição das regras de Ching e das tropas da China.
O que parece simples é bastante complicado e exige muita técnica e treino, por isso não é qualquer aluno que pode aprender a Dança do Leão, é necessário alguém que esteja bem preparado. Ao mesmo tempo em que o praticante segura a pesada cabeça durante a dança, ele tem que movimentar os olhos, mexer as orelhas, abrir e fechar a boca, acender a lâmpada que fica no interior e comer a verdura. Tudo isto enquanto executa difíceis passos, o que torna a dança bastante cansativa, razão pela qual as pessoas se revezam durante a apresentação.
É comum ver a Dança do Leão em inaugurações, feitos públicos, festas, normalmente nas academias. Isto porque os chineses acreditam na grande sorte e riquezas ocorridas para aqueles que a assistem. Outro detalhe que faz parte da tradição é que o pessoal que dança o leão excursiona de uma cidade para outra e durante o percurso existe alguma academia, eles têm que parar e cumprimentar seus ocupantes, executando a Dança do Leão.
As comemorações são muito alegres e intensas. Nelas são usados fogos de artifício, pratos, gongos, tambores, estandartes e os tradicionais leões. Quando a festa a ser comemorada é ritual de celebração do ano novo, além de colorido, tudo é extremamente barulhento, principalmente quando o ano a ser festejado é regido por um animal de bom agouro.
Faz parte da comemoração uma personagem vestida de monge, que brinca com o leão o tempo todo. Este monge, o “Tai Tao Fat”, simboliza simplicidade e nobreza de sentimentos e isto lhe possibilita uma perfeita integração com os animais e a natureza.
Atualmente em Hong Kong, uma vez por ano, vários países participam de um campeonato mundial de Dança do Leão e também de combate entre eles.
O leão é reconhecido como o rei dos animais, e é usado como símbolo de felicidade e anuncia tempos melhores. Conta à lenda que as pessoas que participam das comemorações se revestem de muita sorte e paz, além de grande saúde.
Em Bauru a equipe de Dança do Leão da AGTKF já possui 10 anos de existência e se apresentou nos principais locais da cidade, além de apresentações em cidades da região e capital.